FicaDica | Resenha completa da primeira temporada de Orange Is the New Black


Durante o ano de 2013, muitas mudanças puderam ser observadas em relação aos programas televisivos que quebraram de vez com o padrão americano de drama/comédia. Orange is the New Black, série exclusiva da companhia Netflix, adaptada e dirigida por Jenji Kohan (mesma criadora da série ‘Weeds’) pode ser considerada o exemplo mais sucinto disso.

A série, baseada em um livro autobiográfico escrito pela americana Piper Kerman, conta a estória de uma mulher, Piper Chapman, interpretada pela atriz Taylor Schilling, e seu noivo Larry Bloom, interpretado por Jason Biggs (American Pie), lidando com a surpresa de que Piper terá de cumprir pena na prisão federal feminina devido ao transporte de uma mala carregada de dinheiro de drogas realizada em seu passado enquanto ainda era relacionada com Alex Vause, interpretada por Laura Prepon (That 70’s Show), ex-namorada e traficante internacional de drogas. Piper decidiu se render após ter sido dedurada e foi sentenciada a uma estadia de 15 meses na prisão, onde fez um relato fiel em seu livro, indicando sua relação com as outras presas.


Apesar do foco principal ser sua estória, o que mais chama a atenção é o motivo do qual as outras mulheres foram presas ou como suas personalidades foram mudadas durante a série. É impossível que nenhum indivíduo tenha palpitações sobre o sistema penitenciário, mas em contrapartida, a maioria nunca viveu em meio a esse sistema. E é exatamente nesse ponto que a série se torna extremamente rica, ela serve pra quebrar paradigmas. Ainda acreditamos estar vivendo em mundo “bipolarizado” do qual a distinção de ‘bem’ e ‘mal’ ainda são usados. Essa mentalidade levou anos para ser criada e ainda é infelizmente repassada a diante pela ignorância, apesar de estarmos em pleno século XXI. O curioso, porém, é que as “sub-estórias” que nos são mostradas fazem com que nos conectemos ainda mais com todos os casos particulares dessas mulheres, tornando nosso pensamento mais “humano”. Utilizando-se de um exemplo da série: Tricia Miller, interpretada por Madeline Brewer.


Durante praticamente toda a sua sentença, ela se mostrou desleixada em relação a tudo. Juntamente com Nicky Nichols, interpretada por Natasha Lyonne (Weeds, American Pie), é acolhida pela cozinheira Red, interpretada por Kate Mulgrew (Jornada nas Estrelas: Voyager), como ex-usuária de drogas. A visto que a segurança da penitenciária é apertada, os produtos que entram diretamente na prisão são trazidos juntamente às caixas de alimento que, por obterem o selo na mesma, não passam por fiscalização. Utilizando-se disso, o policial George ‘Pornstache’ Mendez, interpretado por Pablo Schreiber, deu a ela drogas e a partir daí, os primeiros estágios de overdose começaram. Nicky percebeu que sua companheira utilizou-se de drogas e a mando de Red, disse que ela devia se confessar por sua recaída, e que caso contrário, o apoio das duas não existirá mais. Isso lhe custou um grande tempo na solitária e diversas doses de injeções para se manter ‘limpa’. Seu flashback no episódio intitulado ‘Bora Bora Bora’ provou que apesar dela roubar, mantinha consigo um caderninho onde registrava todo e qualquer ‘empréstimo’ que fazia, e assim que conseguia o dinheiro, ela o pagava. Em quantas séries você teve a oportunidade de ver uma ladra com princípios que são verdadeiramente cumpridos? Está certo, ela morreu de overdose nesse mesmo episódio após ser trancada pelo policial Mendez, porém qualquer pessoa se envolveu no drama representado pela série. Talvez não especificadamente esse, mas outros casos igualmente emocionantes.

Orange is the New Black é mais do que uma estória de detentas, lésbicas, comédias clichê e dramas forçados. É a vida de uma mulher comum, vivendo em um lugar incomum com pessoas igualmente incomuns. É uma série inteligente, que abrange um assunto pouco falado ou fortemente estereotipado e abre um leque de interpretações para o espectador logo na primeira temporada.

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