CHERNOBYL tinha tudo para dar certo, mas não deu
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A ideia de rodar um filme usando como pano de fundo a cidade fantasma próxima ao local do acidente nuclear ocorrido em Chernobyl é muito boa. Primeiro porque toca em um assunto (os efeitos da radiação) que causa curiosidade e, segundo, pelo fato de ser algo verídico, que aconteceu.
Mas será que só este bom argumento é suficiente? A história mostra dois irmãos e duas amigas que decidem fazer um turismo radical (em um ótimo lugar), visitando a cidade construída para os trabalhadores da usina que fugiram da contaminação. Para o "passeio" sinistro, eles contratam o guia Uri, e um casal de mochileiros se junta ao grupo. Já no destino e "contaminados" pelo climão misterioso, um susto bizarro (non-sense total) coloca eles em rota de fuga, mas o carro danificado dá início a uma sequência de acontecimentos ameaçadores. Diante desse cenário, mesmo que você esteja com seu cérebro altamente danificado pelo Césio 137 ou qualquer outro elemento químico, é fácil perceber que vai rolar uma "regressiva de corpos", com uma morte após a outra. A opção não é demérito desde que a estrutura do roteiro saiba como explorar a fórmula de maneira criativa para não cair na cova da mesmice. O uso de câmeras diferentes, alguns sustos e os labirintos da usina podem agradar os mais jovens e menos exigentes que o autor dessas mal traçadas linhas, rato de locadora e com alguma experiência no gênero. Mas falando em mortos, são de matar os conflitos inseridos na trama na tentativa de sustentar a tensão. O material produzido e escrito por Oren Peli não inova em nada e chega a assustar de tão previsível e furado. Peli é o mesmo cara que virou uma espécie de novo Midas em Hollywood após o fenômeno Atividade Paranormal, que custou pouco e faturou horrores em 2009, gerando sequências americanas e uma japonesa. O quarto Atividade Paranormal, por sinal, estreia em 19 de outubro deste ano. Voltando para Chernobyl, no elenco de rostos desconhecidos a exceção é o ator Jonathan Sadowski, que fez Duro de Matar 4.0 (entre outros) e protagonizou a série $#*! My Dad Says, ao lado de William Shatner. Assim, a impressão que fica é a de que existem ingredientes para te contaminar, envolver, mas o filme não "pega". Por outro lado, pode ser que você não esteja tão vacinado e o programa seja até legal. A decisão é toda sua. Vai arriscar?